sábado, 14 de fevereiro de 2009

Cavaco alerta para necessidade de ponderar decisões e pede «visão de futuro»

O Presidente da República reconheceu hoje que o recuo da economia não é «obviamente positivo», alertando para a necessidade de ponderação nas decisões e de «uma visão de futuro» para evitar uma estagnação prolongada.

«Os resultados de hoje são resultados que não são obviamente positivos, ultrapassam mesmo aquilo que muitos economistas esperavam na queda da produção. Mas, como tenho dito, não podemos baixar os braços, nós seremos capazes de vencer as dificuldades e devemos pensar já no ano 2010», afirmou o chefe de Estado.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados, a economia portuguesa recuou dois por cento no quarto trimestre de 2008, face aos três meses anteriores, completando dois trimestres de quedas, terminando o ano em recessão técnica.

A estimativa rápida do INE mostra ainda que no conjunto do ano o Produto Interno Bruto (PIB) português fixou-se nos zero por cento - estagnação - depois de um aumento de 1,9 por cento em 2007. Este ritmo de crescimento anual foi o mais baixo em cinco anos, desde a recessão de 2003.

Interrogado sobre estes dados, Cavaco Silva, que falava aos jornalistas no Tramagal, onde se deslocou hoje no âmbito da segunda jornada do Roteiro para a Juventude, lembrou os alertas que tem vindo a fazer para «a situação bastante grave em que se encontra a economia» e «o caminho estreito» que Portugal tem pela frente.

«Tenho apelado à união de esforços dos portugueses: exige-se trabalho, ponderação nas decisões, temos que saber escolher as prioridades para seguir o caminho que consiga evitar uma estagnação prolongada para além deste ano. As decisões a tomar hoje têm de ser tomadas com uma visão de futuro», sublinhou.

Por isso, acrescentou, quando se toma uma decisão é necessário questionar em que posição se quer ver Portugal no final da crise, pois «é bom» que esteja numa situação que permita partir para «um futuro mais promissor».

Questionado se entende que as escolhas que estão a ser feitas são as correctas, o chefe de Estado disse não querer comentar medidas concretas, mas admitiu que «algumas coisas certas têm vindo a ser feitas».

Contudo, enfatizou, «face à situação em que o país se encontra é preciso uma visão de futuro, uma visão que ultrapasse o ano 2009, não podemos deixar hipotecas de grande dimensão para as gerações que virão depois de nós».«Eu acredito que nós conseguiremos vencer as dificuldades», salientou.

Lusa/SOL

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